domingo, 30 de agosto de 2009


Aprendo com abelhas mais do que com aeroplanos

É um olhar para baixo que eu nasci tendo.

È um olhar para o ser menor, para o insignificante que eu me criei tendo.

O ser que na sociedade é chutado como uma barata - cresce de importância para o meu olho.

Ainda não entendi por que herdei esse olhar para baixo.

Sempre imagino que venha de ancestralidades machucadas.Fui criado no mato e aprendi a gostar das coisinhas do chão - antes que das coisas celestiais.Pessoas parecidas de abandono me comovem:tanto quanto as soberbas coisas ínfimas.

Manoel de Barros, Retrato do Artista Quando Coisa